Vão-se meus amores,
Vão-se pelo mar,
Pois mos levais, águas,
Fazei-mos tornar.
Vão-se desta terra,
Deixam a montanha,
E na terra estranha
Buscam nova guerra.
A sorte os desterra
Por me dar tormento,
Ela move o vento
E os faz embarcar,
Pois mos levais, águas,
Fazei-os tornar.
Vós, ó meus cuidados,
Falsos e fingidos,
Como repartidos
Partis confiados,
Não ouvis meus brados
Nem minhas querelas:
C’o vento nas velas
E os olhos no mar,
Achais estas águas
Fáceis de passar.
Quando me deixastes,
As águas que vistes
Nos meus olhos tristes,
Essas não levastes.
Que riscos achastes
Em sua brandura?
Trocando a ventura
Pela deste mar
Que são outras águas
Para recear.
Águas de cristal,
Vento leve e brando,
Que a meu bem levando
Correis por meu mal,
Se amor me não val,
A vós ofereço
Tudo o que padeço
Em me ver deixar.
Pois mos levais, águas,
Fazei-mos tornar.
Vão-se pelo mar,
Pois mos levais, águas,
Fazei-mos tornar.
Vão-se desta terra,
Deixam a montanha,
E na terra estranha
Buscam nova guerra.
A sorte os desterra
Por me dar tormento,
Ela move o vento
E os faz embarcar,
Pois mos levais, águas,
Fazei-os tornar.
Vós, ó meus cuidados,
Falsos e fingidos,
Como repartidos
Partis confiados,
Não ouvis meus brados
Nem minhas querelas:
C’o vento nas velas
E os olhos no mar,
Achais estas águas
Fáceis de passar.
Quando me deixastes,
As águas que vistes
Nos meus olhos tristes,
Essas não levastes.
Que riscos achastes
Em sua brandura?
Trocando a ventura
Pela deste mar
Que são outras águas
Para recear.
Águas de cristal,
Vento leve e brando,
Que a meu bem levando
Correis por meu mal,
Se amor me não val,
A vós ofereço
Tudo o que padeço
Em me ver deixar.
Pois mos levais, águas,
Fazei-mos tornar.

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