sexta-feira, 16 de novembro de 2012

O espírito





Nada a fazer amor, eu sou do bando
Impermanente das aves friorentas;
E nos galhos dos anos desbotando
Já as folhas me ofuscam macilentas;

E vou com as andorinhas. Até quando?
À vida breve não perguntes: cruentas
Rugas me humilham. Não mais em estilo brando
Ave estroina serei em mãos sedentas.

Pensa-me eterna que o eterno gera
Quem na amada o conjura. Além, mais, alto,
Em ileso beiral, aí espera:

Andorinha indemne ao sobressalto
Do tempo, núncia de perene primavera.
Confia. Eu sou romântica. Não falto."

O Espírito - Natália Correia

1 comentário:

  1. Muito obrigada pelo comentário.
    Já passei pelo seu Blog e gostei muito..sou já sua seguidora.

    Um abraço

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