Talvez brisa sutil, cujo toque acalanta
o botão a florir, em promessa de vida…
Ou será minuano, que, hostil, aquebranta
a palmeira que, em prece, se eleva, incontida?
Arrebenta, revira, destroça, desplanta…
Há de ser vendaval, em loucura homicida?
Ou, bem mais, tempestade, que o peito agiganta
e desperta o queimor da paixão reprimida?
Ah, o amor! Explicá-lo é tarefa impossível…
As lembranças sussurram baixinho: é factível…
Tomo lápis, papel, e me entrego ao labor.
Um silêncio… Saudade… Uma lua tão cheia…
E o poeta que, errante, em minh’alma vagueia,
um soneto plangente começa a compor!
Patrícia Neme
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