quinta-feira, 15 de novembro de 2012

O que é o amor?





Talvez brisa sutil, cujo toque acalanta
o botão a florir, em promessa de vida…
Ou será minuano, que, hostil, aquebranta
a palmeira que, em prece, se eleva, incontida?

Arrebenta, revira, destroça, desplanta…
Há de ser vendaval, em loucura homicida?
Ou, bem mais, tempestade, que o peito agiganta
e desperta o queimor da paixão reprimida?

Ah, o amor! Explicá-lo é tarefa impossível…
As lembranças sussurram baixinho: é factível…
Tomo lápis, papel, e me entrego ao labor.

Um silêncio… Saudade… Uma lua tão cheia…
E o poeta que, errante, em minh’alma vagueia,
um soneto plangente começa a compor!


Patrícia Neme

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