As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
terça-feira, 10 de setembro de 2013
Quem pela primeira vez visse o fogo,
Não creria que pudesse queimar –
O seu esplendor parecia um jogo
Que ante seus olhos tivesse lugar.
Mas se lhe tocasse de algum modo,
Que queimava muito iria notar:
O fogo do amor tocou-me um pouco,
Arde e bem. Deus, que em mim se vá ‘spalhar !
E por vós se espalhe, senhora minha,
Que fazeis crer que me tendes amor,
Mas só me dais dor e tormento.
Claro, Amor age de forma mesquinha;
Enquanto ele só vãs palavras for,
A mim, que o sirvo, não dá contentamento.
Giacomo da Lentino
(Sicília 1188-1240)
in Os dias do Amor
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