terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

A dança Cósmica


Sou o Sol que te aquece e ilumina na penumbra
No meu magnetismo te rendes sem quaisquer forças.
Sou a energia que te dá a força da vontade de viver
Sou a harmonia que te irradia de bem estar.

És a Rainha da noite.
És a Deusa Lua cintilante que reflecte a minha Luz
És Diana, Perséfone, Afrodite e ainda Ísis
És tudo em Uma.

Na penumbra és tu que mais brilhas e iluminas
És a minha metade quando estou ausente.
Quando estás em beleza e pleno esplendor
Crias influências mágicas que só tu presencias
Fazes que tudo cresça com mais vitalidade.

No calor da noite trabalhamos em acervo
Na partilha magnetizante das energias cósmicas
Desencadeamos sentimentos e paixões
Aos humanos terrestres necessitados
De puras experiências vivificantes.

Na minha Luz em momentos sincronizados
Dançamos os dois no céu azul radiante
Que é o nosso palco de teatro cigano
Vezes nos encontramos em fusão
Tal é a suavidade que encaixamos perfeitamente
Dos 400 ao 40 é a formula da perfeição.

J.M.²



Na metade do Céu subido ardia 
O claro, almo Pastor, quando deixavam 
O verde pasto as cabras, e buscavam 
A frescura suave da água fria. 

Com a folha das árvores, sombria,
Do raio ardente as aves se amparavam;
O módulo cantar, de que cessavam,
Só nas roucas cigarras se sentia.

Quando Liso Pastor, num campo verde,
Natércia, crua Ninfa, só buscava
Com mil suspiros tristes que derrama.

Porque te vás de quem por ti se perde,
Para quem pouco te ama? (suspirava)
E o eco lhe responde: Pouco te ama.

Luís Vaz de Camões, in "Sonetos"

Lisboa



Torquato da Luz

Nada sabes de mim e no entanto eu amo-te
pássaro inquieto e frágil que descansas
sob a janela do meu tédio.
Podia debruçar-me e súbito falar-te
mas ignoro as palavras necessárias:
estou aqui de passagem e não trago
outra bagagem que não seja o espanto
incrédulo de amar-te.
E por mais que te afastes e eu fique apenas
a contas com a dor do abandono
sei que não vai ser fácil esquecer-te
e ao cântico feliz de fim de tarde
da tua comunhão com as gaivotas.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013





O amor é como um liquido transformador
Que enquanto quente se eleva e flutua no ar.
Por sua vez se arrefece congela e cria cristais,
Atingem e magoam o coração com suas farpas.

O calor está no âmago do próprio Ser.
O verdadeiro amor consiste apenas numa teoria
Para a maioria e esmagadora da humanidade.
A Luz que vem da alma conquista a Luz material
Da entidade unicamente quando, Evocada pelo amor.

É o despertar da Grande Mãe, em cada um de nós
A compreensão de que somos co-criadores com o Pai,
Podendo criar a "vida". Descobrindo o principio masculino
E feminino (animus e anima) em Sua essência divina,
Em perfeito equilíbrio interno.

Na vibração do amor, aprendemos a harmonizar tudo
E vemos para além da bruma que rodeiam as pessoas
Vejamos e aceitemos as pessoas como elas realmente são.
Abrindo os Portais para este nível vibratório.

J.M.²

Bastava-nos Amar



Bastava-nos amar. E não bastava
o mar. E o corpo? O corpo que se enleia?
O vento como um barco: a navegar.
Pelo mar. Por um rio ou uma veia.
Bastava-nos ficar. E não bastava
o mar a querer doer em cada ideia.
Já não bastava olhar. Urgente: amar.
E ficar. E fazermos uma teia.
Respirar. Respirar. Até que o mar
pudesse ser amor em maré cheia.
E bastava. Bastava respirar
a tua pele molhada de sereia.
Bastava, sim, encher o peito de ar.
Fazer amor contigo sobre a areia.

Joaquim Pessoa

Beijo os teus seios e a tarde comove-se



Beijo os teus seios e a tarde comove-se
como se tocassem sinos
Levanto a tua cabeça entre os meu dedos e abro contra o dia os teus cabelos
e, logo, as aves do silêncio levantam vooe dançam loucas em volta dos teus olhos,
e a tua boca aperta-se,
morde
a minha boca
enquanto as minhas mãos vão procurando
nenhum deus à flor da tua pele
por esse caminho branco onde agonizam éguas
vestidas de primavera.

Joaquim Pessoa




Oh, meu amor,
Doem-me os braços de te abraçar,
Trago as mãos acesas,
A boca desfeita
E a solidão acorda em mim um grito de silêncio quando
O medo de perder-te é um cordel que pisa os meus cabelos
E se perde depois numa estrada deserta por onde
Caminhas...

Joaquim Pessoa

O TEU CHEIRO COM O MEU






O teu cheiro com o meu
E a minha pele com a tua...
Nossos intensos desejos
Em que eu e tu somos nós

E nesse amor tão sentido
Tão plenamente vivido
Nossos corpos envolvidos
Fundem-se numa pele só

Ficamos juntos num corpo
Do eu e teu… apenas um
A nossa alma desnuda -se
Num enleio que é divino

Abraçados com carinho
Doces e belos momentos
Partilhados com ternura
Das nossas peles tão nuas.

© Catarina Pinto Bastos

Noite de amor ao luar





Está linda a lua esta noite 
Mais brilhante e iluminada 
Porque tu hoje estás aqui
Bem junto a mim meu amor
E convida-nos a amar-nos
A desejarmo-nos num doce
estreitar de enlaço-abraço

A tua boca que sussurra
palavras de amor e querer
Que ouço com desejo e prazer
num beijo quente que te dou
que retribuis com igual ardor
repleto de dança e sabor

Depois são as nossas mãos
que se procuram ávidas a
explorar encantos-recantos
São peles que se acolhem
cheiros doces que se dão
Amor acontece e explode
quando amantes se amam
E dão o céu por testemunha
e a areia da praia seu colchão.

© Catarina Pinto Bastos

SOU




Sou filha do grandioso (a)mar 
E meia-irmã do imprevisível vento
Do sol que dá vida e alento, 
é que eu vivo e me alimento

Sou terra, água, sol e vento

Nasci de uma manhã de húmida bruma
depois de um longo e pesado tormento
Sou filha da terra e da nascente de água,
Que jorra livremente, tal como sol e o vento
Soçobro, quase morro e renasço sempre,
sopro de ar, vivo do momento presente

Emoção, alma, vida e sentimento.


© Catarina Pinto Bastos




chove
chuva bem molhada
sagrada
invadindo a regra presa na pedra

vem saltitando descalça
virgem na cabeça desempoeirada
presa na liberdade da decisão

vem branca limpa
pisar meu chão

esmaga com transparência
flores dos corpos secos
em quintal de sentimentos
onde navegam todos os
pensamentos

vem
vem como gota de água
chover em mim

emilio casanova, 17/02/2013



Cântico VIII



Minha amada
não deixo de pensar em ti .

Que será que isto quer dizer ?
Vou consultar minha alma.

Ato falhado, ela sou eu
se penso, ela já o fez.

Faz pensar tua existência
bem encostada a mim.

Faz pintar meu sangue
bem quente vermelho.

Faz olhos verem dentro
bem no fundo da essência.

Faz molhar lábios
bem sequiosos de tua presença.

Faz ranger dentes
bem apertados de tua ausência.

Faz suar mãos
bem frios são os suores.

Faz crescer sentimentos
bem rápidos no coração.

Faz arder sem te ter
bem perto do fogo em ebulição.

Faz-me correr pelos prados
nas sombras malhadas da floresta
entre nuvens claras,
nas casas onde o vento brinca
chamando as chuvas em águas.

Sabes minha amada,
como chamar tamanha perdição ?

emilio casanova, in "Dos Cânticos"