As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013
Beijo os teus seios e a tarde comove-se
Beijo os teus seios e a tarde comove-se
como se tocassem sinos
Levanto a tua cabeça entre os meu dedos e abro contra o dia os teus cabelos
e, logo, as aves do silêncio levantam vooe dançam loucas em volta dos teus olhos,
e a tua boca aperta-se,
morde
a minha boca
enquanto as minhas mãos vão procurando
nenhum deus à flor da tua pele
por esse caminho branco onde agonizam éguas
vestidas de primavera.
Joaquim Pessoa
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