segunda-feira, 10 de setembro de 2012



Deixa lembrar-me de ti
com o olhar de quem desenhou,
traço a traço, na tua pele nua,
suaves barcos a vela 
navegando em vagas 
de desejo e loucura, 
quando de mim te afastavas
e eu de novo te prendia.

Deixa lembrar-me de ti
bordando sonhos
e inaugurando ventos
enfeitados de algas e sargaços,
atravessando pontes,
remando contra o tempo,
lançando âncoras no meu cais
a despeito do teu medo.

Deixa lembrar-me de ti
dos tempos em que a felicidade
azulava os nossos dias.
Tanto te quis vindo pra mim...
E agora, sozinha, serpenteio
meus desejos em curvas sinuosas
precocemente amarelecidas.
__Denise Fontes

Sem comentários:

Enviar um comentário