terça-feira, 11 de setembro de 2012

QUANDO TE AMO




são reis

És fogo e mar em movimento
és a minha súplica
o meu desvairio
o meu tormento
o rio em que me quero ser foz

e és canção
e és poema
qual ardina
levando em surdina
os ecos da nossa voz

e quando em silêncio
nós nos amamos
não somos nós quem gememos
não somos nós quem cantamos

são os nossos corpos ciganos
que ondulam insanos
ao sabor da paixão

São as nossas bocas gulosas
que gemem melosas
de saudade uma da outra

São os nossos olhos dengosos
que gizelam sorrisos
e se perdem chorosos
em carinhos e em juízos
daquilo que vêem

São as nossas peles que sorriem
e pedem que as aliviem
do suor que delas escorre

É o nosso peito que morre
de encontro ao outro
como se o outro fosse seu

é o meu ventre que se oferece ao teu
o meu seio nú que delicamente
te toca a coxa
quando te beija em desalinho

é o frémito do teu queixume
que amordaça o meu
é aquela sensação de plenitude
de êxtase conseguido
quando o teu gemido
atinge o auge

E é aquele remanso extenuado
que se segue depois
de quem se dá as mãos e olha
com carinho para o outro
que de cansado
sossega a teu lado..adormecido!...

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