Não há mais sublime sedução do que saber esperar alguém.
Compor o corpo, os objectos em sua função, sejam eles
a boca, os olhos, ou os lábios. Treinar-se a respirar
... florescentemente. Sorrir pelo ângulo da malícia.
Aspergir de solução libidinal os corredores e a porta.
Velar as janelas com um suspiro próprio. Conceder
às cortinas o dom de sombrear. Pegar então num
objecto contundente e amaciá-lo com a cor. Rasgar
num livro uma página estrategicamente aberta.
Entregar-se a espaços vacilantes. Ficar na dureza
firme. Conter. Arrancar ao meu sexo de ler a palavra
que te quer. Soprá-la para dentro de ti -------------------
----------------------------- até que a dor alegre recomece...
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“Principal no seu silêncio”, direi, mais tarde,ao ouvido de trevas e de dor que me aproximaram da boca. Cor e ausência lutam no som crepuscular do sol que morre, e que os deixou sem luz acesa depois de fazerem amor; e o quadro erguido tem a estatura da fala, emoldurado por quatro peças pesadas de madeira ,pregadas nos cantos
Maria Gabriela Llansol
Galeria de Poesia
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