As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
terça-feira, 26 de junho de 2012
Soneto
Tempo é já que minha confiança
Se desça de uma falsa opinião;
Mas o amor não se rege por razão;
Não posso perder logo a esperança.
... A vida sim; que uma áspera mudança
Não deixa viver tanto um coração.
E eu na morte tenho salvação?
Sim, mas quem a deseja não a alcança.
Forçado é, logo, que eu espere e viva.
Ah! dura lei de Amor, que não consente
Quietação numa alma que é cativa!
Se hei de viver, enfim, forçadamente,
Para que quero a glória fugitiva
De uma esperança vã que me atormente?
Luís de Camões
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário