terça-feira, 12 de junho de 2012

O FEITIÇO DA NOSTALGIA







Passo pelas lágrimas e seco os caminhos que esperam os versos soltos na Lua.

Assemelham-se à minha vontade de arrancar à força a árvore cansada de Lua Cheia,

e encontro no mar a meada que me invoca o cabelo num arroubo de nostalgia.

Explode a raiz das gotas que se alinham, e seguro-as para lavar a alma.

Entopem-se as veias de clamores, jorrando lamentos nas águas salgadas de todos os

feitiços, sufocando o rasto da tímida madrugada.

Neste incerto conflito, sou a palma e a sombra no ângulo da hipotenusa que descai o dia,

tentando enlear-se na noite insegura.

Adormeço no velho livro vencida de clausura, que é o meu vestido de mariposa, completa

metamorfose que antes era larva sem grilhões de estandarte.

Talvez um dia me sente no lago sereno e me reveja por instantes no banco forrado de

vermelhos lilases com riscas poéticas e uma apocalíptica vereda que é a sensação da

espera.

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Eduarda

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