As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
terça-feira, 12 de março de 2013
Era-me Primavera o corpo,
Flores e borboletas de cor,
Floresciam-me na pele,
Como se terra virgem fosse,
Ventre púbere de desejo,
Semente diáfana de alma,
O arado de tuas mãos,
Abriram socalcos de doçura,
E a pétalas do amor perfeito,
Brotavam aveludadas,
Nos regos de tua nascente,
De água pura e perfumada,
Libertei-me-te…
Amei-te em flor,
Como se fosses o primeiro luar,
Como se fosses o primeiro acordar,
Como se fosses a primeira vez,
Dentro de uma vida sem primavera,
Meu corpo floresceu,
Nos teus beijos favos de mel,
Nos teus abraços seguros de abrigo,
Na tua seiva que me alagava,
Fui-te flor… borboleta-amante,
Profunda e intensa primavera
C.C.
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