As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
sexta-feira, 8 de março de 2013
MULHER COM NUANCES DE LUAR…
A noite está tão fria, o mar está tão negro… e tu estás tão bonita… posso ficar tempos sem fim a ver-te nas horas tardias, estás para lá da essência das palavras, para lá dos braços da noite quando o dia adormece. Fico parado sem conseguir deixar de te olhar, atrais os pirilampos e as mariposas e os meus olhos mergulham por inteiro no marulho azul que emana das pedras batidas pelos raios de luz-prata. Escrevo as palavras entre parênteses e os gestos entre aspas e há uma orquestra a velar pelo teu sono. No ar há fragrâncias frescas das pétalas que formam puzzles na languidez do ocaso e continuas a respirar poesia pelo corpo onde escrevi a última frase cerceada pelos quartos crescente e minguante… e tu estás tão bonita… será o amor uma emoção perpétua ou um estado inabitado onde se mendigam paixões? Semeias beijos no meu rosto, deixas pegadas na minha voz e espremes as minhas lágrimas até à curva descontínua do teu sorriso. Quis trocar a prosa por um único verso neste dia que fizeram para ti e dizer-te as razões porque te amo, mas o vento que sopra através do teu cabelo encheu-me os olhos de mar e o poema foi crescendo em palavras novas. És tão bonita… mulher com nuances de luar.
© francisco valverde arsénio
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