domingo, 26 de maio de 2013

Ao meu corpo te chamo...



Fecho os olhos...em sonhos te chamo ao meu corpo de água
À minha cama de espinhos...aos meus lençóis de amargura
Ao meu sono inquieto...às minhas madrugadas de mágoa
Chamo-te à minha noite vazia...ao meu olhar de ternura

Sou uma pétala a entardecer...uma folha seca de Outono
Nua de mim e despida de ti...sou o que sobrou da ilusão
Uma pálida sombra...um triste sorriso...despido de sonho
Silencioso grito...num corpo de mulher vestido de solidão

Comigo dorme a noite...a noite negra...o vazio dos braços
E o silêncio sufocado...as mãos sem nada e eu sem mim
E o corpo adormecido...e a dor que me prende...os laços
E o tempo que se esvai...neste labirinto onde me perdi

Tenho as asas cansadas...o coração ferido...a boca despida
Os sonhos rasgados...os passos perdidos... o olhar vazio
O azul enegrecido...o céu tão longe e eu de mim esquecida
E os lençóis gelados...a pele sem ti...e a mulher com frio

Entardeci e envelheci...perdida de mim e esquecida de ser
Esperei-te era rosa...fiz-me espinho...mastiguei os cardos
Caminhei pelas pedras...chorei invernos...deixei de querer
Cantei a dor da ternura...soletrei poemas...escrevi dardos

Já abracei tantos sonhos...já escrevi tanta mágoa...já chorei
Despedi-me do amor...amordacei o desejo...parei no tempo
Afundei-me no abismo...voei no infinito...ao céu não cheguei
Fui ao inferno...abraçei as trevas...dancei nua na voz do vento

Escrito por: RosaMaria

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