As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
domingo, 17 de junho de 2012
Tiro a alma do seu estojo de nuvem,
ponho-a no tabuleiro celeste,
e levo-a à cama, onde me esperas,
para um pequeno-almoço divino.
Com os teus dedos de ninfa,
destapas o lençol de relva,
e deitas-me ao teu lado,
na terra quente do quarto.
Dividimos a alma, um pedaço
para cada um, e bebemos
o leite de nuvem, ouvindo
um bater de asas invisíveis.
Depois, arrumamos o tabuleiro
voltamos a pôr a relva no sítio,
e esperamos que a alma nos
encha, ouvindo cair as aves.
Nuno Judice
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