As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
quinta-feira, 1 de março de 2012
Fusão
Entrego-te o meu corpo
em chamas da cor do sangue
que se entorna do cálice.
Entrego-te pétalas soltas
para que formes a flor
que rompe dos teus lábios
e sal do mar
para temperares as lágrimas.
Entrego-te
e entrego-me,
neste derrame de memórias
que ficou talhado no teu corpo
no êxtase da dança ébria
que deixámos inacabada.
Desenlacei o nó
que me estrangulava
e senti o pulsar espasmódico da tua pele.
Entrego-me da mesma forma
com que te entregaste.
Francisco Valverde Arsénio
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