Me desviei do caminho por o teu olhar
Para não por coincidência encontrar
Um amor perdido, uma amante talvez
Em tempos imemoriais lá de trás.
Perante imenso poder que sinto
Sei que foi algo deslumbrante
Sei que te conheço por completo
do mais fino e delicado fio teu
cabelo sedoso, belo e esguio
cheiroso dos campos de alfazema.
Reminiscências de sensações eu tenho
Minha amada, loucura que provocamos
de tua pele, te tocar imagino eu te ter
Nos tempos longínquos de trás.
Do teu corpo macio e resplandecente
me apanhas-te na tua imensa teia
não de aranha, mas de rainha uma vez mais
prisioneira no teu próprio castelo
comum para todos os demais mortais.
Ó moça, como nós fomos lá trás
perdidos, por instintos de amor
ao sabor dos demais sabores
por campos semeados de alfazema
fomos colher os frutos vezes sem conta.
Tomando por completo, todo o seu esplendor
ó amada cultivamos e colhemos tanto amor.
J.M.²
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