terça-feira, 6 de março de 2012

Insónia


Me desviei do caminho por o teu olhar

Para não por coincidência encontrar

Um amor perdido, uma amante talvez

Em tempos imemoriais lá de trás.



Perante imenso poder que sinto

Sei que foi algo deslumbrante

Sei que te conheço por completo

do mais fino e delicado fio teu

cabelo sedoso, belo e esguio

cheiroso dos campos de alfazema.



Reminiscências de sensações eu tenho

Minha amada, loucura que provocamos

de tua pele, te tocar imagino eu te ter

Nos tempos longínquos de trás.



Do teu corpo macio e resplandecente

me apanhas-te na tua imensa teia

não de aranha, mas de rainha uma vez mais

prisioneira no teu próprio castelo

comum para todos os demais mortais.



Ó moça, como nós fomos lá trás

perdidos, por instintos de amor

ao sabor dos demais sabores

por campos semeados de alfazema

fomos colher os frutos vezes sem conta.



Tomando por completo, todo o seu esplendor

ó amada cultivamos e colhemos tanto amor.



J.M.²

Sem comentários:

Enviar um comentário