As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
quarta-feira, 7 de março de 2012
Nem de mais nem de menos...
Nem demais e nem de menos
Nem tão longe e nem tão perto
Na medida mais precisa que eu puder
... Mas amar-te como próximo, sem medida,
E ficar sempre em tua vida
Da maneira mais discreta que eu souber
Sem tirar-te a liberdade
Sem jamais te sufocar
Sem forçar a tua vontade
Sem falar quando for a hora de calar
E sem calar quando for a hora de falar
Nem ausente nem presente por demais,
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amiga,
Mas confesso,
É tão difícil aprender,
Por isso, eu te peço paciência
Vou encher este teu rosto
De alegrias, lembranças !
Dê-me tempo
De acertar nossas distâncias
Fernando Pessoa
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