Busco na força dos ventos
a semente do furacão que assola,
faz tempo, minhas entranhas
e na chuva que brota macia
as raízes da tempestade;
águas que eu teimo e choro
toda a vez que sinto saudade.
Busco no silêncio que permeia a tarde,
a razão da inquietude que eu temo
e no veneno da mais insidiosa serpente,
o remédio para a dor de uma paixão,
gasturas herdadas de um tempo
de muita loucura e aguardente;
sangue, suor, solidão.
Busco nas madrugadas insones
o remédio pra dor que alucina,
nas ruas repletas de sonhos
a coragem dos poetas, dos tolos
e nos poemas que eu teimo e faço,
as chaves da minha redenção.
E ainda que nublada a cidade,
e ardida a verdade que ruge,
nada impedirá que eu me encontre,
pois cicatrizados os cortes que sangram
e convertidos os demônios que assombram;
escreverei num epitáfio a verdade:
ainda estou tão distante
e muito tenho que aprender
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