FRANCISCO VALVERDE ARSÉNIO
Não sei que nome chamar-te.
Nem onde estão os passos
que quero sombra dos meus.
Talvez eu seja um livro cansado
de tanto me leres,
ou tão-pouco saibas
onde ficou o marcador de página
O eterno é tão efémero
que nem damos pelo presente…
há aromas que não ficam na pele.
Sonho que queres vir sem convite
onde sou frente e verso,
onde desenho na página par
um balão a insuflar
ao sabor da aragem
ou a primeira pétala
que cai na mudança de estação.
Não sei que nome chamar-te
quando te vejo entre os nenúfares
numa paisagem serena,
prostrada abraçando a árvore
que lança os ramos sobre as águas,
onde as nossas roupas
se transformam em leito de amor
e dançamos ao brilho das estrelas apaixonadas.
Não sei que nome chamar-te
quando levas o cálice aos lábios de cor carmim
e olhas o livro despojado de letras.
Sem comentários:
Enviar um comentário