ANTÓNIO GIL
descendo a ladeira dos anos
saberei de cor os matizes
do luar no mármore branco
... e do sol que ilumina o flanco
do corpo dos dias felizes
deslizando na encosta do tempo
aprenderei docilento
os sinais do cio das águas
o procriar da luz nas fráguas
o parto de cada momento
fluindo no leito da memória
hei-de provar doçardente
o licor dos anos já idos
a polpa dos meses caídos
o sumo do dia presente
e assim ainda vou caindo
suave, um ou outro ressalto
tentando escorar-me no alto
o corpo sempre descendo
o olhar sempre subindo
Sem comentários:
Enviar um comentário