sábado, 28 de janeiro de 2012

VASOS COMUNICANTES

ANTÓNIO GIL


VASOS COMUNICANTES

...

céu cinzento e bravio
ar pesado, luz remota
(se lá fora o vento sopra
treme a página de frio)

ilha que em chuva se afunda
chão que de água se cobre
(sempre que lá fora chove
é a escrita que se inunda)

anel que vivo floresce
celeste e rubro farol
(sempre que lá fora há sol
é o poema que se aquece)

onda que escreves salina
na areia, em linhas de espuma
(sempre que se afasta a bruma
é o texto que se ilumina)

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