No branco silêncio onde tantas vezes tropeço, não caio mas insegura estanco e estremeço: é a teu sussurro que me agarro e de pronto recomeço...
...
noto que como onda em praia desfaleço: eis que te reconheço no quente sonhar das palavras que me tecem quando acordo, no acorde de instrumento de cordas que desconheço mas cujo timbre guardo e desde o começo recordo...
...por teu apreço me levanto e se me apresso, no chão da tua ternura logo me arremesso e planto, como o fiz outrora, na planura do mar, no celeste campo semeado pela mais feliz visão estelar…
e entretanto, aqui dentro, o coração que te escuta sente-te a um tempo dança e música que arrebata, encanto e calor da gruta, segurança da toca, o talhe das flores de gesso no centro do tecto, a moldura, a parede que a segura e o retrato que ela enquadra, a janela cuja luz o olhar magnetiza, o apelo do longínquo que na linha do horizonte se enrosca e desliza, o poema que extraio sem esforço mas com afinco...
...no silêncio que me toca e que sinto quando atraca a noite à minha porta ou quando pela manhã, no teu corpo como em generoso porto, a luz da aurora desemboca, pressinto que esse foco, esse fogo, abarca minha boca, traça dos meus dedos a rota, despoleta a ignição, queima os medos combustíveis e por jacto e propulsão no firmamento me projecta íntegro nos teus céus indivisíveis, força que se inflama vezes sem conta, vigor que não se esgota e que repetidamente ao ilimitado ainda agora se aponta...
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noto que como onda em praia desfaleço: eis que te reconheço no quente sonhar das palavras que me tecem quando acordo, no acorde de instrumento de cordas que desconheço mas cujo timbre guardo e desde o começo recordo...
...por teu apreço me levanto e se me apresso, no chão da tua ternura logo me arremesso e planto, como o fiz outrora, na planura do mar, no celeste campo semeado pela mais feliz visão estelar…
e entretanto, aqui dentro, o coração que te escuta sente-te a um tempo dança e música que arrebata, encanto e calor da gruta, segurança da toca, o talhe das flores de gesso no centro do tecto, a moldura, a parede que a segura e o retrato que ela enquadra, a janela cuja luz o olhar magnetiza, o apelo do longínquo que na linha do horizonte se enrosca e desliza, o poema que extraio sem esforço mas com afinco...
...no silêncio que me toca e que sinto quando atraca a noite à minha porta ou quando pela manhã, no teu corpo como em generoso porto, a luz da aurora desemboca, pressinto que esse foco, esse fogo, abarca minha boca, traça dos meus dedos a rota, despoleta a ignição, queima os medos combustíveis e por jacto e propulsão no firmamento me projecta íntegro nos teus céus indivisíveis, força que se inflama vezes sem conta, vigor que não se esgota e que repetidamente ao ilimitado ainda agora se aponta...
Muito bonito...!!!
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