
Todos sabemos o que são presépios. Contudo importará certamente aos mais curiosos conhecer as origens dessas representações artístico-religiosas da Natividade. E para satisfazer essa curiosidade direi que a sua origem é de insondável memória, se bem que seja tradição fazê-la remontar ao século XIII, mais precisamente a 1224, altura em que S. Francisco de Assis fez representar ao vivo, e depois em barro, no eremitério de Gréccio nos Montes Sabinos, o nascimento de Cristo. Nessa lúgubre gruta o fundador da Ordem Franciscana ergueu junto ao presépio um altar sobre o qual rezou a missa da meia-noite. A tradição sacralizou-se e nesse local se edificaria um templo a S. Francisco em cujo altar figura um dos mais célebres quadros de Giotto no qual se apresenta o «Patriarca de Assis» precisamente a construir um presépio. De então para cá os templos católicos, pelo mundo espalhados, passaram a armar os seus presépios na quadra natalícia, em homenagem ao seu tradicional criador.
Com o decorrer dos séculos novos matizes se introduziram nos presépios, irradiando do seu centro religioso todo um espaço cénico verdadeiramente profano, mas ao mesmo tempo muito mais realista, que lhe emprestaria a animação e a alegria de algo que supostamente se movimenta, tem vida e está vivo. Para esse engrandecimento e persistente diversidade muito contribuíram os espanhóis, italianos, portugueses e austríacos, sendo de realçar na Península as escolas de Múrcia e de Mafra, que pela mão de Salzillo e de Machado de Castro se tomaram mundialmente célebres.
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