sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

UM RIO DE LUZES

 
 
ANA HATHERLY, in O PAVÃO NEGRO,

UM RIO DE LUZES

Um rio de escondidas luzes
... atravessa a invenção da voz:
avança lentamente
mas de repente
irrompe fulminante
saindo-nos da boca

No espantoso momento
do agora da fala
é uma torrente enorme
um mar que se abre
na nossa garganta

Nesse rio
as palavras sobrevoam
as abruptas margens do sentido

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