As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
domingo, 13 de janeiro de 2013
Conclusão
O teu sorriso é cáustico
como o vento cortante do inverno.
A tua voz tem o timbre da ironia
que fere como o aço mal temperado.
O teu olhar tem a frieza
das manhãs cinzentas.
O teu toque tem o desprezo mórbido
dos lagos suicidas.
Mas as tuas palavras
têm a sedução transgressora
dos amantes.
A ternura dos crespúculos mornos
e tingidos de ocre.
A malícia inocente
que desarma a indiferença.
A doçura do mel
aconchegado nos favos.
O som dos rios
quando acariciam as margens.
O código dos oráculos impolutos.
E deixo que ande à deriva o paradoxo que és.
Decido que não quero ser baía
só quando no mar se anuncia tempestade…
© Rita Pais 2012
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