As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
quinta-feira, 24 de janeiro de 2013
E eu viageiro de mim…
Tenho pressa de não ter distâncias,
de me encontrar frequentemente
no remanso da minha mansidão.
A espontaneidade é que me guia
pelo imprevisto dos caminhos
rumo a uma qualquer direcção…
No tempo
no espaço
que traço
num frenesim,
cá dentro
no pensamento
num encalço
fora de mim.
Por sendas e veredas me comovo
num espanto de vida e de magia,
neste bem querer, de navegar…
(Por estradas calcorreadas e gastas
não há mais nada para inventar…)
Principal, é a boa companhia
é um bom senso comum
na atitude de caminhar.
Perceber que os ensejos
me levam a qualquer lado,
e eu sou de qualquer lugar.
(Porque o meu destino
é não ter destino nenhum.)
O imprescindível, é o chegar…
É o regresso acolhedor e aconchegante.
Onde bem longe da minha incoerência
preciso pôr a salvo qualquer imprudência.
Aqui onde tudo acontece, ora e doravante.
Onde deambulo em ti num doce adejo,
a esmo dessa inocência premente e nua,
dentro do teu mais apetecível desejo,
onde por ti me perco, em ti me desfaleço
e por ti renasço, de uma carícia tua.
Onde se afigura, que nada é impossível,
neste cosmos cingido pelo sol e a lua.
(Rui Tojeira)
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