MIGUEL TORGA, in DIÁRIO I
... Gostava de escrever hoje um belo poema, forte, quente, luminoso, escarolado, em louvor da vida.
... Gostava de escrever hoje um belo poema, forte, quente, luminoso, escarolado, em louvor da vida.
É que, sem saber porquê, respondi há bocado com palavras dum optimismo impressionante a um moço poeta que me exibia a sua decadência precoce. e doía-me a garganta nessa altura!
Mas fui-lhe dizendo que qual morte ou qual cabaça! Vida! Vida conquistada em luta, como a do rebendo do milho que empurra, e consegue levantar o torrão e ver o sol.
- Qual morte, homem de Deus! Você já viu por um acaso um pinheiro suicidar-se?
Gostava de escrever isto num belo poema.
Gostava de escrever isto num belo poema.
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