segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Carnaval...


Começaremos a noite, com um olhar penetrante, num abismo rendilhado.
Intransponível, entre a minha imagem resguardada. E, o teu silêncio prometido.
Doze serão as valsas a completar a nossa paisagem. Num compasso mais que necessário.
Nem menos um passo. Nem menos uma nota. Nem menos uma gargalhada contida.
Rasgaremos assim o tempo, devagar, num soberbo espectáculo, antecipado, de nós. Sob o céu estrelado de Tépsis...

No tempo próprio. Antes do naufragar das estrelas, pela orla breve do amanhecer, cairão as máscaras. Todas as máscaras. Sejam elas, de rasgos de papel, tecidas de pasmo, enfeitadas em tinta, ou temperadas no ferro.
Uma e depois a outra. Ou uma, sobreponível à outra.
Imagens distorcidas, já sem espelho. Vazias.
Alcançado, agora somente pela tua mão, estará o meu sorriso. Ou, se preferires, pela mão de Adónis. Para assim, deslizares sereno, pelo canto da alma e, te embriagares de mim.

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