segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A DOR QUE ME DEIXASTE

MARIA JOÃO SARAIVA

 

 II

... Lembro-me de como fui desaguar a ti; o meu corpo estava preso, ou uma parte dele; eu tinha-me emparedado, talvez para não sentir. A expressão que se encontrava nele era apenas a dor e a incapacidade. E tu foste lê-la, quiseste ler e dar-lhe outro falar. Quiseste vir, quieto, mas lá; presente, na distância que a minha pele te dizia, mas sempre lá; e silencioso foste-te chegando e carinhosamente e devagar, muito devagarinho, tocaste a muralha com a ponta dos teus dedos, suaves e mornos. A minha pele acolhia o que os teus dedos diziam e eu soube então que iria querer as mãos, o corpo, a alma. Era uma fenda na muralha, sentia-o .

3 comentários:

  1. abraço
    maria joão saraiva

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  2. Como poderia imaginar que a pessoa que escreveu este lindo poema, deixa-se um comentário no meu humilde espaço...
    É uma honra.
    E foi um prazer imenso deixar publicado este seu poema.

    Um abraço

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    1. o privilégio é meu...
      deixei aqui há pouco uma msg convidando-a a visitar a minha pág de fb onde estou com o nome maria marias, não sei se ficou o comentário, mas fica aqui novamente o comvite. mais uma vez agradeço
      um abraço
      mjoao saraiva

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