segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Jardineiro de urze nas portas da Primavera



Não havia pressa. O sol que se espreguiçasse entre as margens, com o Douro a sorver-lhe a luz.
Passar de um lado para o outro, seria um simples sopro. Mal a brisa do fim da tarde se levantasse.
Por agora a quietude necessária a uma conversa de planuras.

Onde mais poderia questionar a alma sobre a ligeireza dos dias, com que ia deixando vazios, os canteiros, em que insistia em arrancar flores. Todas as flores, uma a uma, para plantar somente urze.
Seria assim, de urze, que as portas suspirariam, na esquina da Primavera, a dar passagem ao rio, respondia-lhe o eco.
De urze apenas...
Não haveria por isso lugar a pétalas suaves, na borda de água. Nem sequer por ordem dos sonhos coloridos de borboletas...

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