quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Joaquim Pessoa



Vou retirando poemas de mim como quem canta
para embalar o próprio sangue. Hoje, tenho
milhares de anos e um coração resgatado
... da cinza. Sinto as coisas moribundas a recuperar
dentro da voz. Com elas construo as certezas
que me ajudam a percorrer o caminho para ti,
e sigo ao teu encontro com o espírito sereno
do flamingo. E com fome de ti no interior
do meu corpo que já não é jovem nem
insaciável mas, também, não é
mesquinho nem cobarde.

in ANO COMUM

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