sábado, 11 de fevereiro de 2012

Mozart, Concerto para piano nº 9, Andantino.




Chegues aos meus braços como chegares,
o importante, dir-te-ei sempre, é que chegues,
... porque algo de autêntico será tocado.
A despedida de há pouco!
De repente apeteceu-me chorar,
risos, não sei se para disfarçar.

O que fizemos para merecer esta delícia?
Seremos castigados por este atrevimento?
Ninguém, nenhum deus, nos tirará isso,
foi um sempre.
Quanto ao resto, apenas um instrumento
da mais amável sabedoria.

O maior pecado da tragédia grega era hybris, dizes,
a guerra mais profunda, entre Apolo e Baco,
entre a razão solar e a euforia inebriante.
Eu, pela minha parte,
suspeito que esta guerra não tenha fim,
será talvez a mesma que se atribui ao desejo,
se se completasse, morríamos.

Desafiemos, pois, os deuses!
O que nos pode acontecer de tão terrível?
Não serve de nada temer fantasmas.
Urgente, é o momento
em que chegamos um ao outro,
e as tuas mãos, para que isto passe!
 

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