segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

NA SERENIDADE DOS RIOS QUE ENLOUQUECEM

PAULO EDUARDO CAMPOS
 



Teces nos teus olhos
O frio da madrugada.
... As fontes, onde as aves
Beberam os gritos.
Teces a espuma deste mar
Que te levou de mim,
Os domingos de sol
Numa tarde de Maio,
Quando o silêncio renasce
Da sua morte.
Foi para ti que inventei o sonho,
Para que os anjos tristes
Que te acompanhavam,
Te desamparassem.
Foi neste mar imenso,
Nesta praia deserta,
Que nasceu no teu rosto
A madrugada.

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