JOSÉ MARIA ALMEIDA, in AMO UM ANJO
A aldeia onde nasci não é de ninguém.
... É pequenina, metida no coração de alguém,
mas nela nasci do ventre de minha mãe
e nela cresci.
A aldeia onde nasci é todo o universo;
é uma estrela que esteja onde estiver
me mostra por onde devo voltar;
é uma seta na encruzilhada
que me indica o caminho de casa;
é a bússola de marinheiro
que me afasta do sol poente
e me chama para onde está
a mulher que me ama;
é o grito de minha mãe que me chama
e em seu colo me aninha como uma eterna criança.
A aldeia onde nasci é a árvore de que sou fruto;
é a semente que foi lançada à terra
e do húmus que absorveu
e das tempestades que sofreu
se fez mulher com um coração
que em mim palpita, que me dá a vida
e me guarda a morte para a hora que lhe aprouver.
A aldeia onde nasci não tem casas
nem ruas estreitas:
são estradas que se estendem até ao horizonte
descendo até ao fundo de mim.
As pessoas que a habitam
são aquelas que eu trouxe
guardadas na alma e que todos os dias vejo
a olharem-me no espelho
em cada manhã com um rosto diferente,
mas sempre as mesmas pessoas
que eu fiz e amei e comigo guardei.
A aldeia onde nasci deu-me tudo o que tenho
e por isso a trago sempre comigo.
A aldeia onde nasci não é de ninguém.
... É pequenina, metida no coração de alguém,
mas nela nasci do ventre de minha mãe
e nela cresci.
A aldeia onde nasci é todo o universo;
é uma estrela que esteja onde estiver
me mostra por onde devo voltar;
é uma seta na encruzilhada
que me indica o caminho de casa;
é a bússola de marinheiro
que me afasta do sol poente
e me chama para onde está
a mulher que me ama;
é o grito de minha mãe que me chama
e em seu colo me aninha como uma eterna criança.
A aldeia onde nasci é a árvore de que sou fruto;
é a semente que foi lançada à terra
e do húmus que absorveu
e das tempestades que sofreu
se fez mulher com um coração
que em mim palpita, que me dá a vida
e me guarda a morte para a hora que lhe aprouver.
A aldeia onde nasci não tem casas
nem ruas estreitas:
são estradas que se estendem até ao horizonte
descendo até ao fundo de mim.
As pessoas que a habitam
são aquelas que eu trouxe
guardadas na alma e que todos os dias vejo
a olharem-me no espelho
em cada manhã com um rosto diferente,
mas sempre as mesmas pessoas
que eu fiz e amei e comigo guardei.
A aldeia onde nasci deu-me tudo o que tenho
e por isso a trago sempre comigo.
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