domingo, 18 de dezembro de 2011

 
 
 
EUGENIO DE ANDRADE, in ATE AMANHA (1956)


CONTIGO

...
Acordo na manhã de oiro
entre o teu rosto e o mar.

As mãos afagam a luz,
prolongam o dia breve.

Entre o teu rosto e o mar
ninguém deseja ser neve.

Ninguém deseja o veneno
da noite despovoada.

Acorda-me a tua voz,
nupcial, branca, delgada.

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