domingo, 18 de dezembro de 2011

Poetas Angolanos...





POEMA DA HORA PRESENTE

A maré sobe
...
longínqua e distante,
mas sobe...

Tem a força de um atlante
e a frescura gloriosa da manhã!

Podem forjar matadoiros,
abrir veia por veia
os pulsos que não suportam algemas;
e preparar sorvedoiros
e emboscadas de atalaia
e erguer barreiras na praia
contra a onda que se alteia
para afogar nos seus braços
abismos de escuridão...

Areias loucas da praia
a hora da maré cheia
cantai-a
não há barreira que tolha
a gloriosa ascensão!

Onde o poder p'ra impedir
que a Primavera floresça?

Aconteça o que aconteça,
a Primavera há-de vir
e a maré
longínqua e distante,
continuará a subir...
 

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