quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

SONETO DO AMIGO



 Enfim, depois de tanto erro passado
 Tantas retaliações, tanto perigo
 Eis que ressurge noutro o velho amigo
 Nunca perdido, sempre reencontrado.

 É bom sentá-lo novamente ao lado
 Com olhos que contêm o olhar antigo
 Sempre comigo um pouco atribulado
 E como sempre singular comigo.

 Um bicho igual a mim, simples e humano
 Sabendo se mover e comover
 E a disfarçar com o meu próprio engano.

 O amigo: um ser que a vida não explica
 Que só se vai ao ver outro nascer
 E o espelho de minha alma multiplica...
 Vinicius de Moraes

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