quinta-feira, 26 de julho de 2012

A Tua Boca



A tua boca. A tua boca. 
Oh, também a tua boca. 
Um túnel para a minha noite. 
Um poço para a minha sede. 

Os fios dormentes de água
que a tua língua solta num grito cor-de-rosa
e a minha língua sorve e canta
e os meus dentes mordem derramando a seiva
da tua primavera sem palavras
o poema inquieto e livre que a tua boca oferece
à minha boca.

As loucas bebedeiras de ternura
por essa viagem até ao sangue.
Os beijos como fogueiras.
As línguas como rosas.

Oh, a tua boca para a minha boca.

Joaquim Pessoa

Sem comentários:

Enviar um comentário