As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
terça-feira, 24 de julho de 2012
Ser... não sendo
Hoje foste silêncio,
palavra não articulada,
nota musical não tocada.
Não murmuraste no vento,
não ecoaste na sombra,
não cantaste
a melodia triste das ondas.
Foste voz calada,
boca cerrada,
olhar ausente.
Hoje simplesmente
esgotaste as memórias
do alfabeto,
não juntaste as letras,
esqueceste
que o verbo estar existe,
mesmo não estando.
Hoje foste
ausência de rumores encantados,
vazio repleto
de mudos sons,
reclusão
de exclamações vibrantes.
Hoje, meu amor de ontem,
simplesmente não foste!
© Rita Pais 2012
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