As palavras do poeta volteiam incessantemente em redor das portas do paraíso e batem implorando a imortalidade. Um grão de poesia basta para perfumar todo um século! O poema é o dedo do poeta apontando para o vôo do pássaro que está além das suas palavras.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
Amêndoa amarga
Este travo inteiro
a amêndoa
amarga
A ameixa
a doce a ferver no tacho
Esse travo na língua
a fermentar no corpo
A febre a nascer
e crescer debaixo
Em baixo...
a saia a subir nas coxas
e esse cheiro mais grosso se entreabro
As pernas os lábios
e o gosto
onde o sabor da amêndoa se torna mais
amargo
É esse o momento
o instante exacto
em que tudo se prende
ao gesto sem sentido
A calda no ponto
deixa a língua em brasa
E eu tiro pela cabeça
o meu vestido
Maria Teresa Horta
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