quarta-feira, 11 de julho de 2012

No corpo de minha amada



No colo da minha amada
eu adormeço feito criança
e sonho com descobertas
de águas que brotam impunes
e criam corredeiras que se apressam
em modificar meu enredo
levando pra longe os fantasmas,
a nostalgia, a fragilidade e o medo.

Nos seios da minha amada
eu colho o mel que alucina
e faço poderoso remédio
que cura antigas feridas,
entorses, inchaços, fraturas
e até espinhela caída,
e depura o sangue que corre
e alimenta meu coração.

No corpo da minha amada
eu encontro quase tudo:
oásis, riachos, caminhos,
dobras, abismos, carinhos,
frutas frescas, ervas ardidas, veneno,
poemas que vez por outra eu escrevo,
a coragem de romper fronteiras
e a vontade de cometer transgressões.



NALDOVELHO

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