quarta-feira, 11 de julho de 2012





Voa, meu sonho, voa sobre as planícies geladas, 
Voa sobre as árvores mortas do Inverno, 
Paira sobre a lonjura das belas noites de estrelas, 
Nunca pares, continua a voar cada vez mais. 
Arde, minha saudade, como uma chama eterna, 
Arde na escuridão onde tudo se apagou e foi há muito.
Eterna é esta saudade, é a vida, é a ousadia,
E o fogo que salta sobre o véu de cinzas.

Compreende que para quem nada conseguiu,
E junto à praia nunca repousou,
Não há morte para alta fogueira que ardeu,
Não há medida para as terras azuis da sua saudade.
O meu coração vive de saudade em saudade.
Sempre para desconhecida costa se volta –
A saudade de um poeta não obedece às leis do espaço,
A terra de sonhos não tem fronteiras.

Bertel Gripenberg

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