quinta-feira, 12 de julho de 2012

Universalidade





Aqui declaro que não tem fronteiras,
Filho da sua pátria e do seu povo,
A mensagem que traz é um grito novo,
Um metro de medir coisa inteiras.

Redonda e quente como um abraço
de pólo a pólo, a sua humanidade,
Tendo raízes e localidade,
É um sonho aberto que fugiu do laço.

Vento da primavera que semeia
Nas montanhas, nos campos e na areia
A mesma lúdica semente,

Se parasse de medo no caminho,
Também parava a vela do moínho
Que mói depois o pão de toda agente.



Miguel Torga

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